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Quantas beiras a beira têm?

  • Foto do escritor: Diva Ferreira
    Diva Ferreira
  • 14 de dez. de 2024
  • 2 min de leitura

Era para ser um livro, mas acredito que ninguém publicaria, ou melhor, quem leria?

Vim aqui colocar nessas páginas a maluquice e simplicidade de uma mulher que aos 46 anos se vê sem casa, sem emprego, sem amores, quer dizer sem amores correspondidos. Tá bom! Você deve já estar entediado até aqui porque não leu nenhuma novidade, e nenhuma fofoca, pois bem! Vou te contar, aqui eu vou estar nua e escreverei o que vier a minha mente, sem correções, e com a certeza de que ninguém vai ler!



Capítulo 1


Como cheguei até aqui.


Não, não é uma pergunta, é a forma que achei de começar de algum lugar. A minha primeira memória é de eu parada em frente a uma igreja católica aqui de Bangu, subúrbio do Rio de Janeiro. Eu estava lá para a missa de um domingo qualquer com a minha família, minha mãe, meu pai, meus 4 irmãos. Ei tinha 5 anos, não sabia ler, ainda, pois naquela época se entrava na escola com 6 anos, e não sou rica, e minha mãe não trabalhava fora, e cuidou de todos nós em nossa infância toda.

Bom, eu estava ali para uma missa como havia dito, e foi dado um livreto para quem entrava, um livreto com músicas que seriam cantadas durante a missa.

Aquele foi o meu primeiro contato físico com um objeto recheado de palavras e gravuras. Eu sentia algo estranho que quando volto à essas memórias sinto uma excitação e uma confusão ao mesmo tempo, mas me recordo bem que fiquei confusa porque eu não sabia o que estava escrito, pois não sabia ler!

Entrei na igreja sentei naqueles bancos de madeira velha, e depois de alguns minutos de um assunto bíblico qualquer todos levantaram e começaram a cantar algo que , também, não lembro! Só sei que todos olhavam para o tal caderno pequeno que tinha umas coisas escritas que eu não sabia ler!!!!!

Ali eu olhava e nada entendia! Voltei aquele dia para casa com uma sensação estranha de não-pertencimento.

Impressionante como levamos anos para entender uma cena que poderia ser corriqueira para muitos, e talvez, fosse mesmo.



 
 
 

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